
Sim!! Assunto importantíssimo, pois seu coco é um grande “dedo duro” de como está sua saúde como um todo. A aparência, frequência, cheiro e cor, são sinais de como anda sua digestão e seu microbioma – as bactérias, vírus e fungos que são responsáveis pela absorção e transformação de tudo que ingerimos.
Todas as doenças começam no intestino, como acredita a medicina ayurvédica e chinesa, além de muitos estudos hoje apontarem para isso.
O que acontece é que 70-80% do sistema imunológico reside no intestino, reforçando o seu papel fundamental em nosso organismo no que diz respeito à imunidade.
Quando há um desequilíbrio dessa população de microrganismos, também conhecido como disbiose, a mucosa intestinal fica permeável, deixando passar para nosso sistema imunológico toxinas que entram em nossa corrente sanguínea predispondo nosso corpo a condições inflamatórias.
Se essa membrana fica por muito tempo permeável, acontece uma sobrecarga excessiva de toxinas em nosso sistema o que pode desencadear doenças autoimunes e crônicas como artrite reumatóide, hashimoto, lúpus, diabetes tipo 2, esclerose múltipla, câncer e depressão, por exemplo.
Podemos listar alguns fatores que estão possivelmente relacionados à essa permeabilidade:
exposição à toxinas em nosso ar e água,
uso excessivo de medicamentos,
infecções virais crônicas,
estresse crônico,
e, genética.
Tudo isso atribuídos principalmente a uma dieta rica em alimentos processados e pobre em fibras, que não colaboram para sustentar e manter o nosso microbioma diversificado e equilibrado, trabalhando a nosso favor.
Até o momento, os estudos sugerem que uma dieta à base de plantas pode ser uma maneira eficaz de promover um ecossistema diversificado de micróbios benéficos que sustentam a saúde geral, otimizando a digestão e diminuindo assim possíveis inflamações.
Outro ponto importante, a saber, é que existe uma conexão direta entre nosso cérebro e o nosso intestino através do nervo vago, como se fosse uma linha telefônica por onde esses dois sistemas se comunicam. O intestino, também é conhecido como o segundo cérebro.
Por isso que alguns alimentos têm o poder de nos deixar mais energizados e bem humorados, como outros nos deixam cansados e irritados. Sim! Alimentos podem alterar o nosso humor e nossa saúde mental, assim como medicamentos para depressão podem causar enjôo e mal-estar.
A boa notícia é que há muito que podemos fazer para apoiar uma melhor saúde intestinal, através de hábitos alimentares e controle de estresse, como:
Eliminar alimentos que causam inflamação ou desencadeiam alergias.
Ingerir quantidades adequadas de alimentos prebióticos e os probióticos encontrados no missô, chucrute, kimchi, kefir, kombucha e iogurtes.
Incorporar na dieta caldo de ossobuco que contém lisina, glicina e colágeno que ajudam a reparar a membrana intestinal, melhorando assim o sistema imunológico ao longo do tempo.
Fazer exercícios físicos.
Meditar ou praticar mindfulness.
Procurar alguma terapia que possa te ajudar a aliviar o estresse.
Fique atento, pois nosso corpo dá muitos sinais e precisamos aprender ouvi-los. Sintomas como fadiga, dores de cabeça, erupções na pele, constipação ou diarreia crônicas, gases e dores de estômago podem ser sinais de que existe alguma inflamação acontecendo no seu corpo, o que a longo prazo pode desencadear doenças.
Preste atenção no seu coco e escute seu corpo, ele é inteligente! Se você já tem algum dos sintomas listados acima, converse com seu médico sobre isso e experimente mudar seus hábitos.
Paty Ferraz
Health Coach formada pelo Institute for Integrative Nutrition – NY
Autora do livro “fácil de engolir” – ideias práticas para um intestino saudável e uma vida com mais bom humor”.